Amazônia em alerta: líderes regionais pedem ação global e se unem pela proteção da floresta

ago 22, 2025V Cúpula

Bogotá, 22 de agosto de 2025 (@OCTAnews) – Conscientes da importância e da urgência de proteger a grande Bacia Amazônica, nesta sexta-feira foi realizada a reunião dos presidentes dos Estados signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) com representantes dos povos indígenas e da sociedade civil para unir esforços, como região, e assim promover o desenvolvimento sustentável, integral e inclusivo da grande floresta tropical.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, liderou o encontro que contou com a participação de Luiz Ignácio Lula da Silva, presidente do Brasil, Luis Arce, presidente da Bolívia, María José Pinto, vice-presidente do Equador, e representantes estaduais da Venezuela, Peru, Suriname e Guiana, nações que integram a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

“O principal inimigo da Amazônia, depois do aquecimento global, é o narcotráfico. E temos que nos unir para combatê-lo, pois estamos cada vez mais próximos do fim. E por fim, refiro-me ao ponto sem volta. Como região, devemos trabalhar para não ultrapassar esse limite. Como sempre disse: a segurança da floresta é a segurança da humanidade”, disse o presidente Gustavo Petro.

O presidente Lula garantiu que esta reunião é a prova de que a Amazônia voltou a ser prioridade na formulação de políticas públicas. “No Brasil, recuperamos 12 milhões de hectares de vegetação anteriormente degradada. O povo amazônico merece nosso compromisso e, por isso, é vital o que está sendo aprovado hoje em Bogotá: a estruturação do Mecanismo Amazônico dos Povos Indígenas (MAPI) e da OCTA Social, duas instâncias indispensáveis para avançar na proteção de nossa floresta”.

Além disso, acrescentou que “os países ricos nos acusaram de não cuidar da floresta, mas é exatamente o contrário: são eles que geraram a mudança climática que nos colocou neste ponto crítico. O futuro da Amazônia depende do resto do mundo e de como eles avançam na redução dos gases de efeito estufa. Sim, temos uma grande responsabilidade, mas o resto do planeta também”.

Por sua vez, seu colega da Bolívia, Luis Alberto Arce, reiterou o apelo para deixar de lado a burocracia que atrasa os processos e levar em conta os povos indígenas para enfrentar os desafios estratégicos que hoje oprimem a Amazônia. “Da Bolívia, apoiaremos o mecanismo financeiro, para investimentos mais justos, e o Mecanismo Amazônico dos Povos Indígenas (MAPI), instâncias que nos ajudarão a salvar nossa mãe terra, nosso coração verde”.

Os três mandatários concordaram com a importância de ter uma governança climática mais forte, respeitando os conhecimentos ancestrais das comunidades que habitam a maior floresta tropical do mundo. Além disso, eles fizeram um apelo para que a COP30 de Belém, no Brasil, em agosto próximo, seja uma cúpula eficaz, da qual saiam compromissos concretos e sejam mostradas as ações que o mundo tem feito para cuidar do planeta.

Por fim, María José Pinto, vice-presidente do Equador, disse que este encontro não pode ficar em declarações e desejos, e que os Estados devem demonstrar seu compromisso claro e profundo com a Amazônia. “Temos que trabalhar juntos: academia, governos, povos indígenas, sociedade civil e empresas privadas. Não podemos deixar a luta para amanhã. A Amazônia pode e deve ser o coração da inovação do mundo”.

A Declaração de Bogotá, um compromisso de curto prazo
Após o encontro com os representantes da sociedade civil, os presidentes dos Estados membros da OTCA adotarão a Declaração de Bogotá, documento elaborado em conjunto que reúne os compromissos regionais diante dos desafios ambientais, culturais, sociais, econômicos e políticos da Amazônia, compromissos que foram trabalhados por líderes dos povos indígenas, da sociedade civil e dos oito países da OTCA com vistas à COP30 de Belém, Brasil, em novembro próximo.

Da mesma forma, a importância de articular respostas coletivas, baseadas em uma visão conjunta da Amazônia e da proteção dos povos que a habitam. Por fim, eles fizeram um apelo ao mundo para uma ação global concreta que ajude a mitigar as mudanças climáticas, principais responsáveis pela perda de biodiversidade na Amazônia.

Lembremos que o Equador sediará a VI Reunião dos Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA) em 2027.

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