Diálogo em Bogotá busca levar voz única da Amazônia para a COP30 em Belém

ago 18, 2025V Cúpula

Bogotá, 18 de agosto de 2025 – A V Cúpula de Presidentes Amazônicos acontece durante toda essa semana em Bogotá, onde também são esperados os presidentes de países amazônicos, como o mandatário Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro, chanceleres dos oito países da Amazônia, entre outras autoridades e líderes indígenas.

Segurança pública e combate a ilícitos transnacionais, mudança climática, bioeconomia, governança regional, proteção dos povos indígenas, mecanismo financeiro, cooperação em ciência e tecnologia e estratégias para evitar o ‘ponto de não retorno’ do bioma estarão entre os temas das discussões.

O pontapé inicial ao maior encontro regional de um dos maiores e mais importantes biomas do planeta foi dado na noite de segunda feira em Bogotá em um evento que reuniu membros do governo colombiano, líderes indígenas e da sociedade.

“Não podemos olhar a Amazônia por partes. É necessário ter uma visão integral que nos permita encontrar soluções ambientais, ecológicas e de segurança. E, para isso, é fundamental contar com a participação da sociedade civil. Proteger a Amazônia é proteger os povos indígenas e, portanto, a vida. Temos que aproveitar o compromisso dos governos para seguir avançando rumo à V Cúpula de Presidentes dos Países Amazônicos”, afirmou Martín van Hildebrand, secretário-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).

.“A riqueza cultural dos povos indígenas está ligada à biodiversidade do território. É impossível pensar na proteção do meio ambiente sem levar em conta as comunidades que o habitam. Por isso falamos de uma visão plural e complementar que ajude a fortalecer a OTCA e, ao mesmo tempo, dê uma voz mais forte à região amazônica”, declarou Rosa Yolanda Villavicencio, chanceler interina da Colômbia.

Até a próxima sexta-feira, os participantes da cúpula compartilharão seus conhecimentos, experiências e propostas com vistas à estruturação de políticas públicas focadas na proteção da Amazônia, levando em consideração os saberes ancestrais daqueles que, durante séculos, têm habitado e protegido a floresta.

“Para que possamos continuar falando de biodiversidade, precisamos de conhecimentos em favor da vida. Proteger a Amazônia já não é apenas responsabilidade dos povos indígenas, mas de toda a sociedade em seu conjunto e dos governos da bacia. Temos que entender que estamos salvando a vida de todo o planeta e, por isso, é fundamental ter ações reais, justas e equitativas”, disse Oswaldo Muca, presidente da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC).

Vale lembrar que esta construção coletiva terá seu ponto culminante na próxima sexta-feira, 22 de agosto, quando, na Plaza de Armas do Palácio de Nariño, Gustavo Petro, presidente da Colômbia, receberá seu homólogo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e demais autoridades da Bolívia, Equador, Venezuela, Peru, Suriname e Guiana, para ouvir as propostas dos líderes indígenas, ambientais e sociais.

Em seguida, será realizada a V Reunião de Presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), na qual se espera que os mandatários adotem a Declaração de Bogotá. O tratado servirá de mapa para o futuro desejado pelos povos amazônicos a ser levado para a COP 30 realizada em novembro na cidade brasileira de Belém.

De Belém a Bogotá

O encontro também pretende reforçar os compromissos da Declaração de Belém, assinada em 2023, e construir um consenso político e técnico a ser levado à COP 30. A expectativa é que a Declaração de Bogotá estabeleça novas metas e ações para proteger o bioma, mitigar os efeitos do clima e garantir a cooperação entre os países amazônicos. “A Declaração de Bogotá deve estreitar os laços firmados em Belém, em 2023, com diretrizes para a cooperação na região e com metas e ações previstas para os próximos anos para mitigar os efeitos do clima, evitar o ponto de não retorno e com possíveis impactos positivos para todo o planeta.”, afirma o secretário-geral da OTCA, Martin von Hildebrand.

Nos dias que antecedem o encontro presidencial, a agenda será marcada por dois eventos cruciais para a construção de consensos: a Reunião do Conselho de Cooperação Amazônica (CCA) e a Reunião de Ministros das Relações Exteriores. É nelas que serão alinhadas as resoluções e as bases da futura da Declaração de Bogotá.

 Um bioma indispensável para o futuro do planeta

A Amazônia ocupa cerca de 40% do território da América do Sul e abriga cerca de 50 milhões de pessoas, incluindo aproximadamente 400 povos indígenas. Com uma biodiversidade única, é fundamental para a regulação do ciclo hidrológico, a manutenção da qualidade do ar e a estabilidade climática global. A floresta retém cerca de 100 bilhões de toneladas de carbono e influencia padrões de chuva que afetam diretamente a agricultura e os ecossistemas de toda a América do Sul, exercendo um papel vital na mitigação das mudanças climáticas e na conservação ambiental global. América do Sul, exercendo um papel vital na mitigação das mudanças climáticas e na conservação ambiental global.

 

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