O Serviço Nacional Florestal e de Fauna Silvestre (SERFOR) do Ministério de Agricultura e Irrigação e o Programa Nacional de Conservação de Bosques para a Mitigação das Mudanças Climáticas do Ministério do Ambiente do Peru apresentaram, como parte de suas ações conjuntas, o relatório de perda da cobertura de florestas amazônicas em 2015.
De acordo com o relatório, elaborado com o apoio da Sala de Observação do Projeto de Monitoramento da Cobertura Florestal na Região Amazônica da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), em 2015 a perda de florestas amazônicas no Peru foi de 156 462 hectares, o que representa 11,9% a menos em relação ao número divulgado em 2014, que foi de 177 566 hectares. Atualmente, a superfície de bosque úmido amazônico é de 69 020 330 hectares.
Os municípios com maiores perdas de florestas em 2015 foram Loreto, com quase 32 mil hectares, seguido por Ucayali, com quase 30 mil, Huánuco, com 23 mil, e San Martín, com 22 mil. O SERFOR ressaltou que os governos destas regiões iniciaram o processo de zoneamento florestal, que servirá como ferramenta de planejamento territorial para utilizar e aproveitar ordenadamente o território mediante a identificação de zonas para uso direto, conservação, recuperação, entre outros.
O evento foi inaugurado pelo vice-ministro de Políticas Agrárias do Ministério de Agricultura e Irrigação, Pablo Quijandría Salmón, e o vice-ministro de Gestão Ambiental do Ministério do Ambiente, Marcos Alegre Chang.
O vice-ministro Pablo Quijandría destacou o trabalho conjunto e o trabalho com a informação comum e integrada, que significa um grande avanço do Estado, que unido com outras plataformas e base de dados constitui um instrumento de planejamento para todos os setores.
“Estes números nos permitirão ter uma linguagem comum, assim como uma georreferência da perda de cobertura de bosques. A partir disso, identificar as possíveis causas de desmatamento. Temos diferentes formas de aproveitamento das florestas que devemos melhorar e esta informação nos ajudará muito”, enfatizou.
De sua parte, o vice-ministro Marcos Alegre ressaltou que o setor ambiental está comprometido com a promoção do crescimento verde e destacou que contar com informação oficial ajudará muito aos setores público e privado que vivem ou trabalham na floresta para promover a conservação e o aproveitamento sustentável.
Ressaltou também que esta informação “gera conhecimento e maior compreensão das florestas peruanas e nos permite estabelecer cenários futuros para saber atuar melhor”.
A apresentação dos dados de perda de bosques úmidos amazônicos dividiu-se em três blocos e foi exposta de maneira conjunta pelos especialistas de ambos ministérios e da Sala de Observação da OTCA.
O primeiro bloco apresentou os antecedentes e resultados da perda da cobertura dos bosques úmidos amazónicos do ano de 2015. O segundo bloco abordou a metodologia de trabalho conjunta e o processo de verificação da informação. Enquanto na última parte se desenvolveram os principais usos da informação de perda de bosque.
Por sua vez, o coordenador executivo do Programa Bosques do MINAM, César Calmet, expressou que a partir de agora fica a meta de não ficarmos somente nos dados. “O dado é só parte de um processo maior. Ele tem que nos levar a melhorar nossa intervenção como Estado por meio do setor ambiental, florestal e o restante dos setores do país. O esforço agora é saber utilizar esta informação, explorá-la visando às necessidades e os problemas dos cidadãos”, frisou.
Finalmente, o diretor executivo do SERFOR, John Leigh, indicou que como o Peru tem a tecnologia implementada para saber a perda da cobertura de bosques e os mecanismos de alerta prévio, o próximo passo é partir para a ação preventiva para reverter e reduzir substancialmente o desmatamento no país.
Também ressaltou que o Ministério de Agricultura e Irrigação lidera a Comissão Multissetorial de Luta Contra o Corte Ilegal para trabalhar de maneira conjunta e articulada sobre estes temas.
–Baixar as apresentações(em espanhol)
–Revise os dados completos da cobertura e perda de bosques em 2015 aqui
Fonte: Projeto OTCA de Monitoramento