Especialistas em tecnologia e dados se reúnem na OTCA para impulsionar inovação no Observatório Regional Amazônico

ago 8, 2025Fortalecimento Institucional, OTCA

Com o objetivo de consolidar o Observatório Regional Amazônico  (ORA) em um centro de inteligência de referência sobre a região, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) promove, entre os dias 4 e 8 de agosto, o primeiro encontro de especialistas em tecnologia da informação e dados da Amazônia.

O evento, apelidado de “ORAthon”, uma referência aos eventos intensivos do tipo hackathon, no qual especialistas de diferentes áreas colaboram para desenvolver soluções inovadoras na área de tecnologia, está sendo realizado na sede da própria OTCA, em Brasília. Ao longo da semana,  mais de 30 especialistas de alto nível técnico de diversos  países trabalham de forma colaborativa para integrar plataformas e soluções digitais que fortaleçam o sistema de informação georeferenciada do ORA e acelerem a disseminação de conhecimento técnico-científico sobre a Amazônia.

“O ORAthon é mais do que um desafio técnico, é uma oportunidade de integrar ciência, tecnologia e experiência institucional para transformar conhecimento em ação rumo a um objetivo comum que é a Amazônia saudável, resiliente e gerida de forma sustentavel”, afirmou Arnaldo Carneiro, Coordenador Científico do ORA.

Um centro de inteligência da Amazônia

As discussões técnicas se concentram em temas estratégicos como plataformas transversais, hidrologia, biodiversidade, desmatamento e queimadas e mudanças climáticas. A meta é construir um ambiente de interoperabilidade robusto, que permita integrar ferramentas desenvolvidas por parceiros ao sistema do ORA, ampliando o alcance e a utilidade das informações para os países membros e para outros públicos-chave, como tomadores de decisão e pesquisadores.

“Estamos combinando inovação e ciência para que o ORA não seja um repositório de dados e se torne um verdadeiro centro de inteligência voltado para o maior risco amazônico, o ponto de não retorno”, explicou Alexandre de Andrade, consultor do Banco Mundial. “Queremos iluminar as escolhas do presente e apoiar as políticas de cooperação regional com base em evidências”, reforçou Alexandre.

Durante o evento, foi destacada a importância da interoperabilidade entre sistemas e da usabilidade das plataformas, com destaque para iniciativas como a Amazônia 360, desenvolvida pelo BID, e o módulo hídrico do MapBiomas, além do uso de inteligência artificial para análises automatizadas de dados geoespaciais e ambientais. Representantes do Banco Mundial, da Universidade Federal da Amazônia e da Universidade de Maryland também participaram das atividades, apresentando ferramentas como o sistema Hydro-Bid, que permite modelar cenários hidrológicos mesmo com dados mínimos, e os KIDS (Knowledge Information & Data Services), que facilitam o acesso a bases de dados interativas e temáticas. Um destes KIDS se juntará à equipe do ORA por um período mais longo.

A hora do ORA é agora

A proposta do ORA 2.0, que avança neste encontro, visa oferecer produtos científicos e técnicos de alta credibilidade e de fácil uso por meio de três pilares principais: plataformas de sistemas de informação georreferenciadas, integração de múltiplas fontes de dados e focados na experiência dos usuários. 

“Estamos cada vez mais especializados em partes muito pequenas e corremos o risco de perder a noção do todo. O mesmo acontece com a Amazônia. Precisamos integrar as informações para ter uma visão completa”, destacou Nagaraja Harshadeeo, coordenador do Geolab do Banco Mundial em |Washington.

A empresa Geodatin, encarregada de desenvolver soluções, bancos de dados e plataformas para o ORA, trouxe uma equipe multidisciplinar de 6 técnicos para participar da construção das  novas ferramentas do observatório.

Além de produtos técnicos, os especialistas discutiram formas de comunicação científica, como e-books interativos, story maps e até podcasts automatizados, com o objetivo de ampliar o alcance do conhecimento gerado pelo ORA para diferentes públicos.

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