Considerando a situação de ameaça das arraias de água doce, a CIACOL elaborou uma cartilha descritiva para as espécies presentes na Colômbia em 2020
A diversidade de peixes na Região Amazônica da Colômbia é a maior do país, com pelo menos 751 espécies, 42% das quais são de interesse para o mercado ornamental e 12% para o consumo nacional. Este número é subestimado, pois não inclui espécies que fazem parte da dieta dos habitantes locais.
A Coleção Ictiológica da Amazônia Colombiana – CIACOL é um recurso que responde por essa biodiversidade. Assim, o trabalho do CIACOL contribui para a pesquisa, disseminação e divulgação deste recurso natural, através da descrição das espécies, extensão das faixas de distribuição geográfica e avaliação do uso dentro do contexto local, entre outros. Até hoje, a coleção tem 34.378 espécimes taxonomicamente organizados em 12 ordens, 49 famílias, 290 gêneros e 660 espécies; está localizada em Leticia no departamento do Amazonas e pode ser consultada on-line através do link: sinchi.org.co/ciacol
Com o objetivo de fortalecer a produção de informações para apoiar a tomada de decisões sobre biodiversidade, o Projeto Regional de Gestão, Monitoramento e Controle de Espécies da Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas pelo Comércio, implementado pela Secretaria Permanente da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (SP/OTCA) apoia o fortalecimento das coleções biológicas depositadas no Instituto Sinchi por meio do financiamento da adaptação da infraestrutura de novos espaços para o armazenamento de coleções de plantas (Herbal COAH) em Bogotá e das coleções herpetológicas e ictiológicas em Letícia.
Um total de 189 equipamentos foi adquirido pela SP/OTCA para o Instituto SINCHI, incluindo geradores elétricos, ar condicionado e desumidificadores, um sistema de painéis solares, equipamentos de refrigeração, equipamentos de computador, armadilhas fotográficas, cabine de estúdio fotográfico, equipamentos de campo para fauna (GPS, binóculos, redes de névoa, acessórios de dissecação, entre outros) e equipamentos de laboratório, por um valor aproximado de USD 250.000,00.
Quais são as espécies CITES?
A CITES ou a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres é uma medida que procura regular a exploração excessiva das espécies devido ao comércio internacional e para este fim agrupa-as em três apêndices de acordo com o grau de ameaça a cada uma delas.
Em 2016, a secretaria da CITES aprovou e notificou o pedido feito pela Colômbia para incluir várias espécies de raias no Anexo III: Paratrygon aiereba, Potamotrygon constellata, P. magdalenae, P. motoro, P. orbignyi, P. schroederi, P. scobina e P. yepezi, espécie que se juntou ao pirarucú (Arapaima gigas), que está incluído no Anexo II desde 1975, por ser uma espécie nativa da bacia amazônica muito apreciada no consumo regional e nacional.
O Apêndice II da CITES inclui espécies ameaçadas cujas populações foram muito reduzidas, embora não estejam em perigo de extinção. O Anexo III, por outro lado, inclui espécies ameaçadas em pelo menos um país (e até ameaçadas em nível local), razão pela qual as partes do tratado foram convidadas a ajudar a controlar seu comércio.
Raias de água doce: espécies ameaçadas de extinção
Considerando a situação de ameaça das arraias de água doce, o CIACOL desenvolveu uma cartilha descritiva para as espécies presentes na Colômbia em 2020, intitulado “Rayas de río” (Acosta-Santos e Agudelo 2020), para que possa se tornar uma ferramenta ilustrada que permita a rápida identificação das espécies, com base na observação das condições distintas de cada uma delas, tais como padrões de cores, forma e tamanho da cauda e dos olhos.
Quer saber mais sobre a Coleção Ictiológica da Amazônia Colombiana – CIACOL? Visite: sinchi.org.co/ciacol
Sobre o Instituto Amazônico de Pesquisa Científica SINCHI
O Instituto SINCHI é uma entidade de pesquisa científica e tecnológica de alto nível, comprometida com a geração de conhecimento, inovação e transferência de tecnologia e a disseminação de informações sobre a realidade biológica, social e ecológica da Amazônia colombiana, satisfazendo as necessidades e expectativas das comunidades da região em tempo hábil, para as quais contamos com o comprometimento do talento humano. Mais informações: www.sinchi.org.co
Publicado no Boletim Bioamazônia, edição n. 10, julho-agosto de 2021.
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