Integração de informações foi apoiada pela OTCA, através do Projeto Bioamazônia
Autor: Laboratório de Produtos Florestais (LPF)
O Laboratório de Produtos Florestais (LPF) do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), criado há quase 50 anos, atua na área de tecnologia de madeira e outros produtos florestais, gerando, difundindo e transferindo conhecimento para contribuir com o desenvolvimento sustentável no setor florestal. Nesse sentido, o LPF vem trabalhando intensamente no desenvolvimento de tecnologias para auxiliar as ações de controle e fiscalização do setor florestal, dentre elas, a Chave Eletrônica, que é uma importante ferramenta de identificação taxonômica para espécies arbóreas comercializadas no Brasil.
A versão anterior da Chave Eletrônica, desenvolvida na plataforma DELTA (recentemente descontinuada), contava com cerca de 150 espécies cadastradas e já era utilizada por diferentes órgãos de controle, em suas atividades de fiscalização.
A organização desta base de dados surgiu da necessidade de se ter uma ferramenta para o reconhecimento de espécies madeireiras comumente comercializadas no Brasil. Consiste num sistema de identificação interativo por meio de caracteres gerais, macroscópicos, testes químicos e físicos das madeiras. Além destes dados, também há informações relevantes de conservação e comercialização, distribuição geográfica, bioma e dados de nomenclatura comercial e científica.
A nova versão, disponibilizada agora pelo LPF, foi implementada na plataforma LUCID e conta com um total de 275 espécies cadastradas, incluindo todas as espécies madeireiras listadas na Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) encontradas no Brasil e disponibiliza o campo de informações “Status de conservação”, que reúne dados sobre as listas de espécies ameaçadas e informa se a espécie consultada se encontra em algum anexo CITES, melhorando a acurácia e a confiabilidade dos procedimentos de controle e fiscalização, evitando fraudes, onde o desconhecimento taxonômico acaba, por muitas vezes, abrindo brechas para a comercialização ilegal de espécies inseridas nos anexos CITES.
São apresentadas as descrições macroscópicas de 275 espécies, subordinadas a 35 famílias botânicas, sendo 272 delas nativas do Brasil e, em sua maior parte, de reconhecido valor comercial ou, pelo menos, potencial. O programa é de fácil manuseio, possibilitando ao usuário identificar uma espécie utilizando somente um canivete para fazer o corte e uma lupa de 10x para observação das características.
Com isso o LPF espera contribuir para a difusão de informações e a determinação exata das espécies presentes na exploração florestal e no comércio madeireiro do Brasil e, também, no mundo. Esta chave é resultado de anos de serviço prestados na capacitação de identificadores e na identificação de madeiras no Brasil.
A nova Chave Eletrônica está disponibilizada para download no Portal do LPF na Internet (https://lpf.florestal.gov.br/pt-br/chave-interativa-de-identificacao) em sua versão offline e pode ser utilizada em qualquer computador com sistema Windows. Também será disponibilizada uma versão online da chave (sem a necessidade de download), que poderá ser acessada a partir de qualquer dispositivo com acesso à Internet como computadores, tablets ou smartphones através do portal LUCID (https://www.lucidcentral.org/).
Essa nova ferramenta é fruto da parceria entre o LPF e a Polícia Federal brasileira, que cedeu uma licença da plataforma LUCID para construção da chave.
O Projeto Bioamazônia da OTCA, implementado com financiamento da cooperação alemã através do KfW, colaborou para esta ação com um aporte de aproximadamente USD 18 mil.
A nova versão da Chave Eletrônica também irá interoperar com o Observatório Regional Amazônico (ORA) da OTCA.
Publicado no Boletim Bioamazônia, edição n. 9, maio-junho de 2021.