Missão técnica no âmbito do projeto “Plano de Contingência para a proteção da saúde dos povos indígenas altamente vulneráveis e em contato inicial (OTCA/OPAS/BID)”.
A missão técnica, composta por representantes dos ministérios da Saúde e da Cultura do Peru e da OTCA, chegou à capital da província de Tahuamanu, Inhapari, tríplice fronteira de Madre de Dios, Acre e Pando – MAP (Peru-Brasil-Bolívia), com o objetivo de priorizar a atenção à saúde da população indígena.
No território Manchineri, as representantes dos ministérios da Saúde, Judith Diaz e da Cultura, Nora Binari visitaram o posto de saúde a fim de verificar o seu potencial de adaptação de serviços de saúde culturalmente relevantes ao primeiro nível de cuidados para a população indígena. De acordo com as informações fornecidas pelo chefe do posto de saúde, a área é habitada de forma dispersa por cerca de 1500 falantes indígenas de Yine, Quechua, Ashaninka e Asheninka..
Dando continuidade à missão, no dia seguinte, os técnicos viajaram para o outro lado da fronteira com o Brasil e reuniram-se na cidade de Assis Brasil, no estado do Acre, com os líderes indígenas, Lucas Manchineri, Mariana Manchineri, Raimundo Manchineri, Mônica Manchineri, que apresentaram a logística para uma possível missão da OTCA naquela localidade, com o objetivo de apresentar os dados e informações sobre o Estudo da Situação da Saúde, realizado no âmbito do projeto “Plano de Contingência para a Proteção da Saúde dos Povos Indígenas altamente vulnerável e em contato inicial (OTCA/OPAS/BID)”.
Da mesma forma, entre as ações, foi definida a instalação de equipamentos para fortalecer a rede de internet e facilitar possíveis atividades de alerta precoce, em uma das comunidades da Terra Indígena Mamoadate, a comunidade de Jatobá (Acre), que fica a 6 horas de barco de Assis Brasil.
Na comunidade de Jatobá existe o único posto de saúde de atenção primária da Terra Indígena Mamoadate, onde trabalham enfermeiras, um médico de pré-natal, dentista, entre outras especialidades.
Tem também monitores que realizam vigilância territorial e sanitária na localidade, contratados pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Contam ainda com a participação da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e de um conselho local de saúde e Agentes Indígenas de Saneamento (AISAN).
Desde 1991, com a homologação de suas terras ancestrais, o povo Manchineri retomou a posse de seu território, após um longo período onde seus habitantes trabalhavam nas fazendas de produção de borracha, nas proximidades do território Manchineri.
Atualmente, existem 13 aldeias Manchineri, falam a língua Aruak e 4 aldeias Jaminawa que falam a língua Pano, sendo o português a língua de comunicação entre os dois povos.