Foram verificados os aprimoramentos no Sistema Nacional de Informação sobre Biodiversidade da Bolívia (SINB) e sua interconexão com outros sistemas, incluindo o Sistema de Permissão Eletrônica CITES
A Bolívia recebeu a missão oficial do Projeto Bioamazônia no período de 19 a 24 de setembro. Este foi o último dos oito países membros da OTCA a receber a equipe para discutir os resultados da implementação do Projeto e conhecer detalhadamente o Observatório Regional Amazônico. Também foram visitadas ações em campo para conhecer o trabalho da Associação Matusha Aidha com o manejo e uso do jacaré (Caiman yacare).
A reunião de abertura nos escritórios da Vice-Presidência do Estado Plurinacional da Bolívia contou com a presença de representantes das instituições vinculadas à execução do Projeto Bioamazônia e à implementação do ORA, a saber: Ministério do Meio Ambiente e Águas (MMAYA), Museu Nacional de História Natural (MNHN), Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia (SENAMHI), Autoridade de Supervisão e Controle Social de Florestas e Terras (ABT) e GeoBolívia.
Marcelo Zaiduni, diretor do GeoBolivia, agradeceu a visita da equipe e destacou a importância de se ver em primeira mão o que a OTCA desenvolveu no âmbito do ORA. GeoBolivia é uma iniciativa da Vice-Presidência do Estado Plurinacional, através da qual se pretende fornecer a instituições e usuários em geral informações geográficas relevantes, harmonizadas e de qualidade para apoiar o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país.
Mauro Ruffino, Coordenador do Projeto Bioamazônia e do ORA, agradeceu ao Diretor de GeoBolivia pelos esforços de coordenação interinstitucional para a realização do encontro. Em seguida, iniciou-se o workshop do Observatório Regional Amazônico, com diferentes apresentações que abordaram os aspectos do processo de desenvolvimento histórico, conceitos, ferramentas e procedimentos, mecanismos de interoperabilidade, entre outros. Além disso, foram apresentados os vídeos dos módulos CITES, Biodiversidade e Florestas. Durante a sessão de perguntas e respostas, os participantes parabenizaram a OTCA pelo trabalho que vem sendo realizado com a implementação do ORA.
Na sessão da tarde, nas dependências do Ministério do Meio Ambiente e Água, foi realizada a reunião “Oficina do Projeto Bioamazônia”. O objetivo foi revisar o progresso e a eficácia na execução das atividades dos três componentes do Projeto. Participaram o Vice-Ministro de Meio Ambiente, Biodiversidade, Mudanças Climáticas e Manejo e Desenvolvimento Florestal, Magin Herrera López, e o Diretor Geral de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DGBAP) e Ponto Focal do Projeto, Omar Sharif Yumaa, bem como técnicos da DGBAP, da Direção Geral de Gestão e Desenvolvimento Florestal (DGGDF) e do Museu Nacional de História Natural (MNHN). Rodrigo Aguilar da GeoBolivia também acompanhou a reunião.
O progresso alcançado na melhoria do Sistema Nacional de Informação sobre Biodiversidade da Bolívia (SINB) e em relação à interconexão com outros sistemas, incluindo o Sistema de Permissão Eletrônica CITES (https://citesbolivia.mmaya.gob.bo/) foi apresentado por Henry Taby, da consultoria Seth Solution.
Viagem de campo
Na quinta-feira, 22 de setembro, a equipe do Projeto viajou ao povoado de San Buenaventura, na província de Abel Iturralde, departamento de La Paz, para conhecer a experiência de manejo e uso do jacaré (Caiman yacare) do povo indígena Tacana, realizada pela Associação Matusha Aidha.
O evento contou com a presença do Ministério do Meio Ambiente e Água da Bolívia, do Serviço Nacional de Áreas Protegidas (SERNAP), do governo de Rurrenabaque, San Buenaventura, do Conselho Indígena do Povo Tacana, bem como representantes do Povo indígena Ese Ejja da comunidade Eyiyoquibo e da Wildlife Conservation Society (WCS).
A Associação Matusha Aidha também explicou as experiências desenvolvidas nos 15 anos de trabalho, incluindo o estudo da biologia; monitoramento da colheita; o regulamento técnico para o uso de carne de jacaré (Abatedouro Móvel) para o Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Segurança Alimentar (SENASAG) e a transformação de derivados de carne (linguiças). Essas atividades apoiam a conservação da biodiversidade, mantendo as populações estáveis, a gestão territorial indígena, e geram benefícios econômicos para as comunidades do povo indígena Tacana, melhorando sua qualidade de vida.
Foi possível conhecer todas as etapas do processamento da carne de lagarto para a produção de linguiças, desde a chegada da carne até a obtenção do produto embalado a vácuo para venda, agregando-lhe valor com todas as medidas necessárias para garantir a qualidade. Os equipamentos foram adquiridos por meio do Projeto Bioamazônia
“Estamos satisfeitos em ver o trabalho da Associação Matusha Aida e confirmamos que o apoio do Projeto Bioamazônia com a compra de equipamentos, com recursos da cooperação financeira alemã por meio do KfW, foi muito importante para esta comunidade”, disse Mauro Ruffino.
Com informação de GeoBolivia (fonte: https://geo.gob.bo/portal/#map).
Publicado no Boletim Bioamazônia, edição n. 17, setembro-outubro de 2022.
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