Bogotá, 18 de agosto de 2025 (@OCTAnews) – Nesta segunda-feira, com uma cerimônia espiritual dos povos indígenas da Bacia Amazônica, teve início a Cúpula dos Países Amazônicos, encontro no qual se discutirá, ao longo da semana, estratégias conjuntas para a proteção dos povos originários da Amazônia e, consequentemente, da maior floresta tropical do planeta.
Durante o diálogo, que ocorreu na Hemeroteca Nacional Universitária, falou-se sobre a proteção da biodiversidade, das florestas e da água, e dos povos indígenas que lá habitam, como o caminho para garantir a segurança climática do mundo e, assim, construir um futuro mais sustentável e equitativo.
“Não podemos lidar com a Amazônia em partes. É necessário ter uma visão integral que nos permita encontrar soluções ambientais, ecológicas e de segurança. E para isso é fundamental contar com a participação da sociedade civil. Proteger a Amazônia é proteger os povos indígenas e, portanto, a vida. Temos que aproveitar o compromisso dos governos para continuar avançando rumo à V Cúpula dos Presidentes dos Países Amazônicos”, afirmou Martín van Hildebrand, secretário-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
Da mesma forma, enfatizou-se a importância de implementar ações urgentes para evitar o ponto de não retorno na floresta amazônica, dando prioridade ao uso sustentável da biodiversidade e ao desenvolvimento de programas que envolvam as comunidades indígenas, reiterando o estipulado na Declaração de Belém, assinada em 2023.
“A riqueza cultural dos povos indígenas está ligada à biodiversidade do território. É impossível pensar na proteção do meio ambiente sem levar em conta as comunidades que o habitam. Por isso falamos de uma visão plural e complementar que ajude a fortalecer a OTCA e, de passagem, dê uma voz mais forte à região amazônica”, afirmou Rosa Yolanda Villavicencio, chanceler (e) da Colômbia.
A partir desta segunda-feira e até a próxima sexta-feira, os participantes da cúpula compartilharão seus conhecimentos, experiências e propostas para a estruturação de políticas públicas focadas na proteção da Amazônia e que levem em consideração os conhecimentos ancestrais daqueles que, durante séculos, habitaram e protegeram a floresta.
“Para continuarmos falando sobre biodiversidade, precisamos de conhecimentos em favor da vida. Proteger a Amazônia não é mais apenas uma responsabilidade dos povos indígenas, mas de toda a sociedade como um todo e dos governos da bacia. Temos que entender que estamos salvando a vida do mundo inteiro e, por isso, é fundamental ter ações reais, justas e equitativas”, disse Oswaldo Muca, presidente da Organização Nacional dos Povos Indígenas da Amazônia Colombiana (OPIAC).
Lembremos que essa construção coletiva terá seu ponto alto na próxima sexta-feira, 22 de agosto, quando, na Praça de Armas do Palácio de Nariño, Gustavo Petro, presidente da Colômbia, receberá seu homólogo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e as demais autoridades da Bolívia, Equador, Venezuela, Peru, Suriname e Guiana para ouvir as propostas dos líderes indígenas, ambientais e sociais.
Em seguida, será realizada a V Reunião de Presidentes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), na qual se espera que os mandatários adotem a Declaração de Bogotá.
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Foto: Juan Paes Vargas