Teve início nesta terça-feira (17), em Manaus, o Seminário Internacional do G20 sobre Amazônia e Florestas Tropicais. O evento reúne autoridades globais, cientistas e líderes de organizações internacionais para discutir desafios e oportunidades na preservação e desenvolvimento sustentável da maior floresta tropical do mundo. Participam deste seminário representates dos Países Membros da OTCA.
A Secretária-Geral interina da OTCA, Vanessa Grazziotin reforçou, em seu discurso de abertura, a importância da integração entre os países da bacia amazônica para enfrentar as crises climáticas. “Estamos diante de um desafio global que transcende fronteiras. A preservação da Amazônia depende de esforços coordenados e ações concretas. Precisamos valorizar o conhecimento científico, mas também as práticas tradicionais das comunidades que há séculos protegem este bioma”, afirmou Grazziotin.
A cerimônia contou com a presença de representantes de alto nível, como Ezra Clark, diretor do Setor de Ciências Naturais da Unesco. Clark destacou a importância do seminário para o avanço da pesquisa e inovação no contexto amazônico. “A preservação da Amazônia é crucial não apenas para a região, mas para todo o planeta, e a cooperação internacional desempenha um papel fundamental na busca por soluções sustentáveis”, disse.
Henrique Pereira, diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), ressaltou o papel essencial da ciência na promoção de práticas sustentáveis. “O Inpa se orgulha de sediar este evento, que marca um ponto crucial em nossos esforços para avançar o conhecimento científico e traduzir esse saber em soluções práticas para a Amazônia. Precisamos de um diálogo aberto e colaborativo para que as descobertas científicas resultem em políticas eficazes de preservação e desenvolvimento sustentável”, declarou.
Osvaldo Moraes, diretor do Departamento de Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), destacou os desafios impostos pelas mudanças climáticas e a urgência de soluções tecnológicas. “A Amazônia está no centro do debate global sobre o clima. Precisamos acelerar a adoção de tecnologias que ajudem a mitigar os efeitos das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, garantir que o desenvolvimento econômico da região seja inclusivo e sustentável”, comentou. Moraes também enfatizou a importância da cooperação internacional para fortalecer a infraestrutura de pesquisa na Amazônia.
Organizado pelo MCTI, em parceria com a OTCA, Unesco, Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o seminário faz parte de uma série de eventos liderados pelo Brasil no âmbito da presidência do G20. O objetivo é impulsionar discussões sobre a proteção da Amazônia e de outras florestas tropicais, com foco em inovação científica, bioeconomia e inclusão social.
Além de Vanessa Grazziotin, outras autoridades participaram da abertura, incluindo representantes da Finep, Suframa e Embrapii,
Painéis de destaque realizados no primeiro dia
Após a cerimônia de abertura, os painéis iniciais já começaram a explorar temas críticos para a preservação e o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Descarbonização e mudanças climáticas: Este painel, realizado logo após a abertura, focou na implementação de políticas e tecnologias para a redução de emissões de gases de efeito estufa. As discussões abordaram estratégias para promover a adaptação e resiliência dos ecossistemas e das comunidades locais, modelos de desenvolvimento de baixo carbono, práticas inovadoras em gestão ambiental e a integração de políticas públicas com soluções tecnológicas avançadas para enfrentar os desafios climáticos na Amazônia. O painel contou com a participação de especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e da Embrapa.
Conhecimento tradicional e diversidade em ciência, tecnologia e inovação: inclusão e combate às desigualdades: Realizado na tarde do primeiro dia, este painel destacou a importância do conhecimento tradicional e da diversidade como pilares fundamentais na promoção da ciência, tecnologia e inovação na Amazônia. O debate focou em como os saberes ancestrais das comunidades indígenas e locais podem ser integrados de forma eficaz nos esforços de pesquisa e inovação. Além disso, foram discutidas as desigualdades no acesso e participação na ciência, propondo estratégias para promover inclusão e equidade, e a colaboração internacional para o desenvolvimento de soluções sustentáveis.
Diversidade biológica, unidades de conservação e reservas da biosfera: O último painel do dia abordou as principais questões relacionadas à biodiversidade e à relevância das áreas protegidas na Amazônia. Os participantes discutiram estratégias para promover a colaboração em pesquisas científicas, programas de conservação, intercâmbio de dados e tecnologias, além de políticas de gestão ambiental. As discussões também incluíram a proteção de áreas naturais, o manejo sustentável dos recursos e o papel crucial que as áreas protegidas desempenham na preservação da biodiversidade e na promoção de práticas sustentáveis. Reservas da biosfera e sítios do patrimônio natural foram destacados como zonas de amortecimento e laboratórios de experimentação científica.
O seminário, que segue até quarta-feira (18), continuará abordando temas estratégicos como mudanças climáticas, descarbonização, conhecimento tradicional e bioeconomia.