A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) participou ativamente de um evento crucial organizado pelo Instituto Igarapé durante a COP 16 do Convênio sobre Diversidade Biológica (CDB). Este evento, intitulado “Liderança da OTCA no fortalecimento da cooperação regional para enfrentar os crimes ambientais na Bacia Amazônica”, foi realizado em 21 de outubro no Pavilhão Amazônia Sempre, em colaboração com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Carlos Salinas, Coordenador de Meio Ambiente da OTCA, foi responsável por destacar a urgência de uma resposta regional efetiva diante da alarmante proliferação de crimes ambientais. Em sua fala, Salinas destacou a evolução do crime organizado na Amazônia: “Não se trata apenas da extração ilegal de madeira, mas de uma diversificação das atividades, incluindo mineração ilegal e tráfico de espécies. Isso requer uma resposta coordenada e eficaz”, enfatizou.
O coordenador também salientou os avanços alcançados na recente agenda de cooperação estabelecida pelos presidentes dos países amazônicos na Declaração de Belém, que prioriza a segurança pública e ambiental. “Este é um passo significativo na luta contra esses crimes que ameaçam nossa biodiversidade,” afirmou.
Melina Risso, Diretora de Pesquisa do Instituto Igarapé e moderadora do evento, acrescentou que os crimes ambientais têm caráter transnacional e estão inter-relacionados com outras economias ilícitas. “Precisamos fortalecer o planejamento regional para enfrentar esses crimes. A cooperação internacional é crucial, e é um passo positivo que a Polícia Federal do Brasil esteja estabelecendo um centro de cooperação para enfrentar esses desafios,” apontou.
O General William Castaño Ramos, Diretor da Direção de Carabineiros e Proteção Ambiental (DICAR) da Polícia Nacional da Colômbia, destacou os esforços de seu país na colaboração com organismos internacionais. “A partir da Colômbia, materializamos a cooperação com diversas agências, realizando operações conjuntas que permitiram a captura de responsáveis por crimes ambientais,” declarou Castaño.
Da mesma forma, Humberto Freire de Barros, Diretor da Direção da Amazônia em Meio Ambiente da Polícia Federal do Brasil, ressaltou a importância da integração de esforços a nível regional. “Estamos implementando um Centro de Cooperação Policial em Manaus, que será fundamental para a coordenação e planejamento de ações conjuntas,” comentou.
O evento concluiu com um chamado à ação, enfatizando que somente por meio da colaboração efetiva entre os países da Amazônia será possível enfrentar o crime organizado que afeta esta região vital. “É hora de agirmos juntos e de forma decidida para proteger a Amazônia,” concluiu Carlos Salinas.
Este diálogo focou na exploração ilegal de recursos naturais, desmatamento ilegal e na crescente organização transnacional de crimes ambientais que requerem respostas coordenadas em nível regional. Além disso, alinha-se com os objetivos do Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal, que estabelece a conservação de 30% da biodiversidade global até 2030.
