Especialistas debatem os desafios e oportunidades da bioeconomia na Amazônia

out 27, 2024COP16 CDB, OTCA

No âmbito da COP 16 da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), um painel de especialistas formado por representantes de governos e organizações internacionais discutiu os principais desafios e oportunidades da bioeconomia na região amazônica. O evento, moderado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), enfatizou a importância da cooperação regional e do desenvolvimento de políticas públicas sustentáveis ​​para fortalecer a biodiversidade e promover um modelo econômico mais inclusivo.

Durante o painel: “Bioamazônia: Biodiversidade, Bioeconomia e Desenvolvimento Sustentável” Glenda Ortega, Subsecretária de Patrimônio Natural do Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica do Equador, destacou a trajetória de seu país na construção de políticas para a bioeconomia, destacando a necessidade de gerar sinergias com as comunidades locais. “O Equador deu passos importantes na criação de uma estratégia nacional de bioeconomia, ancorada em políticas que envolvem atores locais e buscam uma gestão responsável dos recursos naturais”, afirmou Ortega.

Por sua vez, Alejandro Bañol Salazar, Chefe do Gabinete de Negócios Verdes e Sustentáveis ​​do Ministério do Meio Ambiente da Colômbia, destacou os avanços alcançados em seu país através da implementação da Missão dos Sábios, uma abordagem interdisciplinar que permite identificar potenciais e traçar um roteiro para o desenvolvimento da bioeconomia. “A chave do sucesso tem sido o fortalecimento de capacidades e mecanismos no território, pensando não só nos produtos de alto valor acrescentado, mas também na sustentabilidade dos modelos de negócio”, explicou Bañol.

A secretária-geral interina da OTCA, Vanessa Grazziotin, enfatizou a necessidade de uma coordenação eficaz entre os países amazônicos para garantir uma abordagem comum que valorize o conhecimento ancestral e reconheça os serviços ambientais que a Amazônia presta ao mundo. “Devemos trabalhar juntos para criar uma política de certificação que garanta a origem e a sustentabilidade dos produtos amazônicos, promovendo regras comuns e respeitando a riqueza biocultural da região”, disse Grazziotin.

Tatiana Schor, Chefe da Unidade Amazônia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), enfatizou a diversidade de realidades da região e a importância da construção de uma linguagem comum. “A Amazônia é o sexto maior país do mundo em área, com imensa diversidade biológica e cultural. Para avançar na bioeconomia, precisamos entender as particularidades de cada território e reconhecer as diferentes visões que nos unem”, comentou Schor.

Ao encerrar o evento, Hugo Chavarría, Gerente do Programa de Inovação e Bioeconomia do IICA, convidou os países a aproveitarem as oportunidades oferecidas pela bioeconomia para integrar práticas sustentáveis ​​e gerar novos processos de desenvolvimento. “Não devemos esquecer que a bioeconomia consiste em valorizar não só os recursos biológicos, mas também os sociais e culturais, buscando sinergias e trabalhando os pontos que nos unem”, concluiu Chavarría.

Este painel foi uma amostra do compromisso dos países amazônicos em avançar em direção a um modelo econômico mais sustentável, baseado na conservação da biodiversidade, no respeito aos conhecimentos tradicionais e na cooperação regional.

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