O Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica do Equador (MAATE) acaba de lançar o “Manual de Identificação de Orquídeas”. A publicação foi desenvolvida com o apoio do Projeto Bioamazônia da OTCA com o objetivo de prover à Autoridade de Gestão da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) e às entidades de controle nos portos, aeroportos e fronteiras com o Equador um instrumento de apoio aos processos de controle e atividades ilegais contra a flora silvestre com ênfase na família das orquídeas, uma das famílias mais endémicas e uma das mais procuradas comercialmente.
O Equador é considerado um dos 17 países mais biodiversos do mundo e tem o maior número de espécies por quilômetro quadrado, com mais de 18.000 espécies vegetais registradas e em crescimento. Estima-se que existam cerca de 4.200 espécies de orquídeas distribuídas nos diversos ecossistemas do Equador. Devido à sua extraordinária beleza e elevado valor ornamental, as orquídeas estão entre o grupo de plantas com maior pressão de colheita do seu ambiente natural, o que levou que a família Orchidáceae fosse incluída na CITES para controlar a utilização e exploração sustentável destas espécies.
Orquídea Dracula vampira. Foto: Luis Baquero/EC.
O manual contribuirá para reforçar as capacidades das instituições e organizações administrativas e de controle para a identificação e reconhecimento dos gêneros e espécies de orquídeas com a maior procura comercial nacional e internacional.
O Ministro do Ambiente, Água e Transição Ecológica, Gustavo Manrique, na apresentação do manual, salientou que a Autoridade de Gestão da CITES, e as agências de execução, desempenham um papel fundamental na gestão e controle das espécies sujeitas ao comércio internacional: “No entanto, esta responsabilidade precisa ser partilhada com outros atores da sociedade civil, especialmente com as populações próximas do recurso. Não basta controlar o comércio, é também mister promover a conservação e a gestão das populações de orquídeas selvagens através da implementação de centros de propagação artificial (viveiros e laboratórios de cultivo in vitro de orquídeas)”.
O Projeto Regional para a Gestão, Monitoramento e Controle da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas pelo Comércio (Bioamazônia) está apoiando ao MAATE no desenvolvimento desta proposta para o reforço da cadeia de valor das orquídeas em três províncias da região amazônica (Napo, Morona Santiago e Zamora Chinchipe). A proposta baseia-se num diagnóstico situacional com uma abordagem de desenvolvimento territorial, que identifica a forma como todos os atores interagem em termos de integração da cadeia de valor; e as restrições e fortalezas existentes nas três províncias. Para mais informações sobre este tópico, acesse o artigo técnico publicado no Boletim Bioamazônia, n.07, página 21.
Na opinião de Mauro Ruffino, coordenador do Projeto Bioamazônia, o trabalho coordenado com a equipe do Ministério do Ambiente, Água e Transição Ecológica do Equador está gerando resultados consistentes, não só para proteger as orquídeas listadas na Convenção CITES, mas também para promover o desenvolvimento sustentável e a importância da biodiversidade, envolvendo às comunidades locais.
“O Equador tem o potencial para implementar uma rota de turismo de orquídeas nas três províncias amazônicas de Napo, Morona Santiago e Zamora Chinchipe, e o Projeto Bioamazônia está empenhado em dar total apoio a este projeto, que acrescenta conservação e promoção do desenvolvimento sustentável na Amazônia através do turismo local”, disse Ruffino.
Orquidea Catasetum expansum. Foto: Luis Baquero/EC
Conteúdo
O “Manual de Identificação de Orquídeas” do Equador contém, nas suas páginas, informação sobre as características morfológicas únicas das espécies de orquídeas, o quadro jurídico nacional e internacional, dados sobre orquídeas e CITES, fichas de identificação de espécies e gêneros com maior procura comercial nacional e internacional, a comercialização de orquídeas, orquídeas isentas da CITES e procedimentos em casos de retenção durante inspeções da vida selvagem de espécies de orquídeas por tráfico/posição ilegal.
O “Manual de Identificação de Orquídeas” estará disponível através da opção Recursos do menu “Manuales y Recursos“ do Sistema de Informação sobre Biodiversidade do Equador (SiB-Ec) neste link.
A publicação, em espanhol, também está disponível na página do Projeto Bioamazônia e pode ser baixada aqui.
Publicado no Boletim Bioamazônia, edição n. 12, novembro-dezembro 2021.
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