Na última sexta feira (4), a OTCA, no âmbito do projeto Biomaz, realizou um seminário online, com a participação do setor privado e empresarial, a fim de discutir as descobertas da Avaliação Rápida de Diversidade Biológica e Serviços Ecossistêmicos na Região Amazônica.
O webinar teve o objetivo de apresentar insumos da avaliação ao setor privado, a fim de mostrar oportunidades e dar direcionamentos à tomadores de decisão, a fim de contribuir com uma gestão sustentável. Além de receber trocas e conhecimentos de organizações do setor produtivo.
O embaixador Carlos Lazary, diretor executivo da OTCA, foi o responsável pelo início do evento: “A OTCA tem interesse em aumentar a sua socialização com atores-chave no território amazônico, nesse caso, com os setores produtivos, que fazem uso e aproveitamento direto da biodiversidade”.
O encontro levou em conta as capacidades do setor produtivo e a possibilidade de trabalho juntamente com as descobertas da avaliação, além de apresentações de empresas sobre o trabalho que realizam na região.
Do Instituto Humboldt, a Subdiretora de Investigações Gisele Didier, também participou da abertura: “É um prazer fazer parte desse processo e trabalhar com a OTCA, com a GIZ e com todos os atores que estiveram presentes nesse processo. Esperamos ter uma tarde proveitosa e um melhor futuro para essa importante região compartilhada por todos”.
Algumas organizações da área produtiva foram chamadas, Augusto Correa, da Parceiros pela Amazônia (PPA) comentou que o setor privado não é capaz de garantir toda a transformação social e ambiental sozinho e reforçou a importância do trabalho colaborativo.
Outra participação importante, foi a da Natura, Raoni Silva comentou sobre a importância de promover um desenvolvimento sustentável e o potencial de inovação na região amazônica, ainda valorizando conhecimentos tradicionais e culturais da região.
Da Bolívia, a empresa focada em castanhas do pará, Tahuamanu, também marcou presença no evento. Foram apresentados dados surpreendentes para entender o tamanho do negócio na região. São 30 mil famílias participantes da safra de castanha e somente na Bolívia, são exportadas 28 toneladas do produto por ano.
Participaram também dois grandes pesquisadores brasileiros: Braulio Dias e Carlos Joly. Com propriedade Joly falou sobre a conservação e o setor privado: “Precisamos entender as dependências que o setor privado tem da biodiversidade em muitas de suas atividades, creio, portanto, que estamos em um momento favorável, e devemos olhar para o futuro com esperança, mas isso dependerá muito de quanto financiamento os países poderão fornecer e quanto o setor privado poderá contribuir para a conservação da biodiversidade.”
Da mesma forma, Braulio também trouxe suas contribuições: “Os sistemas produtivos da Amazônia precisam de uma organização melhor por meio de cooperativas e associações, além disso, devemos notar a necessidade de capacitações para o espírito empreendedor, as pessoas da própria região amazônica e principalmente os jovens podem receber capacitação para que sejam novos empreendedores, temos potencial e creio que a área merece mais atenção”.
Ao final do evento, a Secretária Geral da OTCA, Alexandra Moreira expressou: “O setor privado está contribuindo e tem um esforço significativo seus produtos. São importantes pelo impacto socioeconômico que geram dentro da nossa Região Amazônica. É muito importante escutar essas contribuições”.
Caso queira ver todo o conteúdo do webinar, disponibilizamos a gravação no YouTube do Instituto Humboldt, acesse aqui.