A secretária-geral da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), Alexandra Moreira, participou, nesta quinta (10), em Belém, da abertura do encontro internacional “Inovação, Finanças & Natureza”. O evento dialoga com o contexto da Cúpula da Amazônia e é co-organizado pelo Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), iniciativa Nature Finance e a rede Uma Concertação pela Amazônia.
Alexandra compôs a mesa de abertura e ressaltou a importância do evento ser realizado um dia após a Cúpula da Amazônia, onde os oito países que integram a OTCA assinaram a Declaração de Belém, que consolida a agenda dos países amazônicos, Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. “O documento tem 113 objetivos e muitos tratam sobre como vamos implementar o trabalho a partir de financiamentos”, explicou.
Para a secretária-geral da OTCA, o evento é uma oportunidade para escutar os atores envolvidos, a exemplo do governo, setor privado, como os bancos e sistemas financeiros, sobre como eles podem ajudar a colocar em prática o que está acordado na Declaração. “Infraestrutura, inovação e tecnologia para o desenvolvimento sustentável são altamente caros. Existem janelas para investir em pesquisas na Amazônia como os produtos para a indústria farmacêutica”, ressaltou.
Também, estavam na mesa, o secretário Executivo do Consórcio Amazônia Legal, Marcello Brito; o diretor da Nature Finance e Head de Sustentabilidade da Itaúsa, Marcelo Furtado, o vice-presidente do Banco Mundial para América Latina e Caribe, Felipe Jaramillo e o representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil (BID, Morgan Doyle. O diretor Executivo, Carlos Lazary e o diretor Administrativo e responsável pelo tema florestal, Carlos Salinas participaram do evento.
PRODUTOS AMAZÔNICOS
Além dos mecanismos financeiros, Alexandra abordou sobre dados científicos sobre um estudo que mostrou que, entre os anos de 2017 a 2019, foram movimentados cerca de US$ 298 milhões no mercado mundial em valor de aproximadamente 955 produtos, sendo que apenas 64 deles foram provenientes da Amazônia, do setor florestal não madeireiro, que são de sistemas como: agroflorestais, piscicultura e horticultura. “Uma análise mais detalhada nos mostra que, na verdade, movimentaram US$176,6 bilhões”, alertou.
A secretária-geral da OTCA, citou que este mercado comercializa produtos como, pimenta, peixes, azeite de dendê, castanha do Pará, frutas, açaí, mel natural, entre outros. “Nós, como região amazônica, estamos participando de apenas 0,1% desse mercado. Quem vem do mercado financeiro deve ter muito mais informação sobre essa natureza. No mesmo triênio, de 2017 a 2019, o mercado global de créditos voluntários de carbono movimentou US$131 milhões. Ou seja, 10 vezes menos que a pimenta e 3 vezes menos do que a castanha”, afirmou.
BIOECONOMIA É TEMA CENTRAL
Ao longo do dia, a programação terá painéis sobre bioeconomia por meio de temas como a participação dos povos indígenas, o papel da tecnologia, bancos e atores financeiros, bem como as estratégias de investimento necessárias. Os governadores dos estados da Amazônia encerram com o último painel sobre perspectivas sobre a bioeconomia. Participam do evento, representantes do Governo Federal, Governos Estaduais, setor privado, instituições financeiras, setor bancário, organizações filantrópicas, ONGs e academia.