No esforço de intensificar o combate aos incêndios florestais na região amazônica, especialistas dos países membros da OTCA propuseram a criação de um Grupo Técnico especializado no processamento de imagens de satélite. Esta iniciativa surgiu durante o Seminário Internacional sobre Monitoramento de Incêndios Florestais por Satélite, realizado de 1 a 4 de julho na Escola de Pós-Graduação da Universidade Católica Boliviana “San Pablo”, em Santa Cruz de la Sierra.
O evento, promovido pelo Programa Amazônia+, teve como objetivo fortalecer as capacidades dos países amazônicos na prevenção, controle e combate aos incêndios florestais por meio do monitoramento por satélite. Durante o seminário, os participantes adquiriram competências em técnicas avançadas de sensoriamento remoto e análise espacial, essenciais para os esforços do programa Amazônia+.
As sessões do seminário abordaram conceitos e ferramentas chave para monitorização e relatórios de incêndios florestais, incluindo processamento de imagens de satélite, utilização de plataformas online e linguagens de programação. Além disso, foram apresentadas abordagens metodológicas para mapeamento de áreas queimadas em escala nacional e regional usando dados de satélite de média resolução, como os fornecidos pelo Landsat 8-9 e Sentinel 2-1.
Um dos temas de maior destaque foi a utilização da ferramenta Google Earth Engine para detecção de cicatrizes ou áreas queimadas por meio do processamento de imagens de satélite. Esta plataforma permite acesso a bancos de imagens de satélite e ferramentas de programação, facilitando o processamento e geração de relatórios de forma rápida e eficiente.
Isaac Ocampo, especialista em Ciência de Dados do Observatório Regional da Amazônia (ORA) da OTCA, destacou a importância dessa atividade para o ORA e no contexto da Rede Amazônica de Manejo Integral do Fogo (RAMIF). No final do seminário foi proposta a criação de um Painel Técnico de Especialistas em Processamento de Imagens de Satélite para o estudo dos incêndios florestais. Esse grupo técnico geraria mapas das áreas queimadas na Amazônia, incluindo estudos atuais, mapas históricos e previsões futuras, por meio do trabalho colaborativo de especialistas das instituições oficiais dos oito países membros.